segunda-feira, 31 de maio de 2010

Chapéu, Mais de 30 anos ensinando respeito e perseverança na Atalaia

Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fabio da Silva Barbosa

Esse cara realmente é um símbolo de resistência e luta. Sebastião dos Santos, o popular Chapéu, 50, há 30 a-nos põe a garotada para correr atrás da bola. Chegando do Ceará aos 13, viu o lugar cres-cer. “Quando cheguei aqui não tinha essa cidade... Não tinha nada do que tem agora”. Mas, uma coisa que sempre sentiu falta foi de um time na Atalaia e contou que essa ativi-dade de montar um time sempre representou o prazer. “Nunca tive apoio. Só gente para dizer que sou maluco. O problema é que para promover esses eventos precisamos de aju-da, mas dizem que isso não tem futuro. Como não tem futuro se essas crianças que partici-pam são o futuro? Eu não sei se vou estar a-qui amanhã, mas eles vão.” Questiona.
Jonas Ribeiro Rodrigues,12, diz gostar do futebol, mas ressalta que precisam de uniformes e manutenção no campo. “Chapéu sempre ajuda. Mais ninguém. Se não fosse ele...”. Jeferson Ribeiro Rodrigues, 10, concorda com Jonas e acrescenta: “Tinham de aumentar e consertar o campo. Tapar os buracos...”.
Marcos Aurélio da Silva, 15, destaca: “Para ficar à toa na rua, prefiro jogar bola.” Leandro dos Santos, 17, embora não conhecendo outro que faça o mesmo por eles, reflete: “Tinha de ter mais alguém para ajudar a pôr refletores e conseguir os materiais.”
Chapéu aproveitou para divulgar ou-tras necessidades. “Ao lado do campinho, tinha de ter uma mureta. Ali não tem proteção para as pesoas que estão passando próximas à rua e tem acidentes. Na rua 30 de Outubro tem um valão que tinha de ser dado um jeito. O mau cheiro e os mosquitos atrapalham. Tem ratos, baratas, doenças... Os vereadores aparecem para pegar voto, mas não vêem isso. Precisamos também de uma caçamba para colocar o lixo. Mas uma coisa boa que eu quero falar é do projeto em frente ao campo. Ele ensina ler. Projeto do Adão. Isso é importante. Muita gente que chegou sem saber ler, hoje em dia já sabe. Ele também precisa de ajuda para o trabalho dele”

domingo, 30 de maio de 2010

Mais um valão

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa
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Mais um valão vem trazendo transtorno as comunidades. Dessa vez a localidade pre-judicada é a Rua Doutor Jurumenha, no Barro Vermelho, em São Gonçalo. O valão corta a rua passando em frente a diversas residências. Fora os tradicionais problemas que sempre trazem a vizinhança, este não tem nenhum tipo de proteção para pedestres, como guarda corpos, ou muretas para evitar acidentes.

sábado, 29 de maio de 2010

Projeto Recomeçar - 1 ano de Atitude

Por Flávio de Araúlo Silva (Fafá)



O Recomeçar se reuniu pela primeira vez no dia 24/03/09 e assim por mais 3 meses seguidos. Trocando e planejando o que podia ser feito para darmos início a este movimento comunitário. Vinte pessoas reunidas periodicamente e a vontade em cada uma delas de tentar fazer uma comunidade melhor. Muitas sugestões. Vontade também de mudar o olhar preconceituoso em relação ao nosso bairro. Nascidos e criados aqui, já demos ao mundo administradores de empresa, pedagogos, fisioterapeutas, advogados, um padre e uma diversidade de profissionais. Daqui sairão muitos outros.
A primeira atitude iniciada no recomeçar, e talvez o mais importante, foi a alfabetização de jovens e adultos. Atividade essa, que desde fevereiro de 2010, vem tendo respaldo do Projeto Brasil Alfabetizado da Secretaria de Educação. Logo depois veio a implantação do artesanato, com aulas de fuxico, pintura em tecido e bordado. Seguindo adiante fizemos uma parceria com o instrutor de capoeira Akuma, cedendo a essa atividade berimbais. O futebol de crianças foi iniciado também e hoje tem em torno de 40 crianças participando todos os sábados. A mais nova atividade do Recomeçar é o reforço escolar, tão solicitado por pais de crianças com dificuldades na escola.
Nosso projeto é feito com o serviço voluntário de pessoas que doam uma parcela do tempo de suas vidas durante a semana, sem cobrar pelo que fazem. Somando essas pequenas parcelas de tempo doadas, temos um efeito muito significativo. Para todos, isso é o resgate da cidadania e auto-estima do ser humano. O Recomeçar tem se mantido através de recursos captados de um bingo realizado com sucesso ano passado e por parcerias como com o Crer-sendo. Tendo a iniciativa de realizar a primeira ação comunitária do Recomeçar no dia 20/03/2010 no espaço cedido gentilmente pela Escola Vila Costa Monteiro, pelas diretoras Gilda e Rita e as coordenadoras Maria Fernanda e Graça, podemos dar acesso aos moradores da Ititioca a serviços primordiais, como a aplicação de flúor, corte de cabelo, terapias, entre outros.
Outro parceiro que não podemos esquecer de citar é o Professor Stealing do IFEC (Instituto Interamericano de Fomento a Educação Cultura e Ciência). Grande incentivador da educação e de seus mecanismos, a fim de que se possa viabilizar cada vez mais o ensino nas comunidades carentes. Outra que vem colaborando com esse processo educacional é a Secretaria de Educação, através do projeto Brasil Alfabetizado.
Tendo nosso ideal completado 1 ano, gostaríamos de fazer alguns agradecimentos: Ao Fabio e ao Alexandre, que nos procuraram pela primeira vez afim de falarmos sobre o Recomeçar e das dificuldades da nossa comunidade. Vocês continuarão, tenho certeza, essa luta. Luta que é acentuada pelo prazer de produzir as entrelinhas deste impresso. O caminho desses jovens jornalistas está apenas começando e irá muito além. Conhecendo a filosofia dos autores desse jornal, afirmo que o Impresso das Comunidades não foi criado apenas como canal de divulgação de pequenos negócios de bairros de Niterói, mas principalmente, para divulgar grandes ações organizadas em várias comunidades que clamam por recursos e mecanismos necessários para se fazer um pouco melhor o dia a dia de seus moradores. Fabio e Alexandre, o Recomeçar não está sozinho nessa caminhada, nem vocês. Estamos juntos.Agradecemos também às pessoas que começaram essa trajetória, mas que, por algum motivo, não estão mais nessa caminhada do Recomeçar e aos que permanecem: Alfabetização - Bira e Marilia Artesanato - Valeria, Carmem, Nilza, Elenice e Selma
Capoeira - Akuma e Keiza
Futebol - Dedé, Lucinho e Zé Maria
Reforço escolar - Janaína
Aos que breve desenvolverão atividades:
Dança de salão e hip hop e a seresta dançante – Professor Welington e Zé Pretinho
Jiu jitsu - Professor Guilherme e os amigos Leandro, Melão e Juninho
Pintura básica em automóveis – Fabinho
Agradecimentos aos outros integrantes do Recomeçar: Sergio, Galocha, Jorginho, Feijão, Lorena, Vanderlei, Patrícia, Graça, Maria Fernanda e Toquinho.
Nos reunimos quinzenalmente. Às 2° feiras, 19:00hs, na Rua Belo Horizonte, n° 43, Ititioca.
Esperamos novas sugestões e idéias. Só assim estaremos dando um importante passo para recomeçar uma comunidade melhor.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estudantes plantam e comem alimentos nas escolas em Itaboraí

Por: Thaís Azevedo e Marcely Figueiredo

Alunos da rede municipal em Itaboraí, município da Região Metropolitana do Rio, comem os alimentos que plantam. Através do “Horta Escolar”, as crianças aprendem a importância de uma alimentação saudável e o êxito do programa reflete na melhora da qualidade de vida dos estudantes. Levantamento da Secretaria de Educação constata redução nos índices de anemia e obesidade em nove unidades de ensino que desenvolvem a atividade.

Em parceria com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Itaboraí, o plantio de alface, couve, tomate, cebolinha, salsinha, abóbora e coentro faz parte do dia a dia dos agricultores mirins. Na Escola Municipal Therezinha de Jesus Pereira da Silva, em Nancilândia, 350 estudantes são beneficiados, participando ativamente da atividade extracurricular. “Gosto de brincar aqui na hortinha, de molhar e colher as plantas que eu plantei”, diz a pequena Rafaela Moraes da Silva, de 6 anos.

Segundo a coordenadora Vilma Figueiredo, a aceitação dos alunos ao programa é tamanha que muitos já trazem de casa mudas para serem plantadas na escola. “Nossas crianças sabem se alimentar melhor e, com isso, já percebemos uma diminuição significante nos índices de anemia e obesidade. Os próprios alunos trazem uma nova plantinha para colaborar com a horta”, afirma Vilma.

Nos próximos meses, segundo a coordenadora, as crianças terão noções de responsabilidade, em uma nova etapa do programa. Cada aluno receberá um vaso e nele será plantada uma semente. Ao nascer, a planta ficará sob os cuidados da criança que deverá, todos os dias, regar e expor ao sol, até que possa ser levada para o horta, onde os cuidados continuarão sendo do aluno.

O objetivo da secretária de Educação, Rosana da Silva Rosa, é levar o projeto às 74 escolas de Itaboraí para formar cidadãos mais conscientes. “Queremos que os alunos cuidem desde cedo da saúde, percebam a importância de se alimentar bem e, de preferência, consumir alimentos sem agrotóxicos não só na merenda escolar, mas também que levem o hábito para a própria casa”, explica.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lixo, mato alto e o povo solta a voz

Por: Alexandre Mendes
Foto: Alexandre Mendes
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Mato alto e acúmulo de lixo foram flagrados na Rua Mentor Couto, no Pita, em São Gonçalo. Pessoas que passavam por ali comentaram que isso não é difícil de ver e que esse é apenas um dos problemas. A mesma rua, que teria sido asfaltada há pouco tempo, se encontra com sinais de desgaste na pavimentação, o que, segundo moradores, demonstra que o serviço feito não teria sido de boa qualidade.
O padre ortodoxo Carlos Antônio Coutinho, morador da rua, disse que a comunidade precisa de atenção e que ajuda através de sua igreja no que pode. “Sempre ajudei a comunidade, mas estou com minhas atividades paradas, por ter sido vítima de intolerância religiosa. Isso porque algumas pessoas não conseguem entender que um padre ortodoxo pode casar. Eles me chamam de Padre Charlatão. Não compreendem minha doutrina. Espero retomar minhas atividades em breve.”

quarta-feira, 26 de maio de 2010

POESIA PARA QUEM PRECISA

*Helena Ortiz

Uma coluna precisa sempre começar falando com o leitor como se fosse a primeira vez. Nunca se sabe em que momento ele pegará o jornal em algum lugar, receberá das mãos de alguém ou o achará no assento de um ônibus, por exemplo. É neste momento que se estabelece a identificação e, quem sabe, a intimidade entre um e outro.
O Impresso das Comunidades chega à sexta edição e isso, convenhamos, não é pouca coisa para o mundo de hoje, essencialmente virtual. É aqui que você tem seu rosto, sua voz e sua região presentes e próximos. Aqui você é notícia, motivo e razão. E a coluna é justamente o momento em que você pára com o que o aflige para deixar-se levar para um outro campo, que é o da poesia, onde tudo é mais profundo, onde as coisas mostram outra face, onde os autores e leitores, que somos eu e você, deixamos de ser aquela pessoa comum e nos tornamos outras, quando emerge uma outra face da compressão do mundo a que pertencemos.
O objetivo da coluna já tinha sido informado no número anterior: recolher e divulgar a produção de leitores. E eis que já recebemos a primeira participação.
Renata Machado Seti, estudante de Comunicação, ativista dos direitos humanos, descendente da nação tupinambá, conforme informa no seu blog http://fragmentosdoinfinito.blogspot.com/
Fui conferir e vi que a moça escreve muito bem, está ligada a tudo o que acontece e relata com autoridade os problemas decorrentes das chuvas recentes, que tantos estragos materiais e humanos causaram no Estado inteiro, mas principalmente em Niterói. Vale a pena!
Agradecemos a Renata pela colaboração, e convidamos outros poetas a participar do Impresso das Comunidades, o jornal que reproduz voz do povo.

ULISSES

Uma multidão de pensamentos abafados pelo tempo;
andam todos próximos, mas são cegos e segregados pelo vento.
Nas calçadas, passos apressados - pés que pisam juntos e não são unidos.
Sombras em movimento, vultos dançantes e olhares desencontrados.
A buzina do carro não assusta, mas furta a atenção,
aprisiona os Ulisses na cidade, como o canto das sereias no mar,
só que no centro não existe mastro para se amarrar:
o naufrágio do eu na cidade, não se pode evitar.
Homens respiram juntos e o único som é o da sua própria respiração.
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terça-feira, 25 de maio de 2010

Comunidades visitadas antes das chuvas já se apresentavam em péssimas condições

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa
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Ao lado, Jorge de Oliveira, Presidente da Souza Soares, se pronuncia emocionado: “Os olhos do poder público só se voltam para as comunidades depois que acontece uma catástrofe. Eu só queria parabenizar a população de Niterói que está dando um exemplo de solidariedade e união.”
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Colica, morador do Barreto, conta sobre os problemas do bairro
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Na sequência, José Carlos já falava, uma semana antes da catástrofe, sobre o total abandono da Chácara.
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Mais problemas na Souza
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Campinho completamente abandonado. “Espaço temos. Precisamos é de apoio para levantarmos áreas de lazer”
Jorge
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Na Souza Soares, em Santa Rosa, Niterói, fica difícil saber os estragos provocados pelas últimas chuvas e o que es-tava destruído antes, já que a comunidade vem há muito tempo reclamando das péssimas condições de ruas e acessos. Segundo o Presidente da associação de moradores local, Jorge de Oliveira, existem idosos que já não podem sair de casa devido à erosão nas ruas.
. Péssimo estado dos caminhos e o esgoto a céu aberto podem ser vistos em toda parte
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Vários postes colocados há mais de 20 anos, durante o projeto Luz na escuridão, no Governo Brizola, estão correndo risco de cair. A maioria está com a base desgastada e muitos já se encontram tombados. “Os postes de madeira, por serem muito antigos, estão pondo diversas casas em risco. Existem Postes de ferro que dão choque quando chove. Na Travessa Silvio Pinto Magaldi, antiga 654, a rede precisa ser revista. Vários fios estão embolados. Na travessa Maria Carlota não existe fase. Fica no escuro. Mas estamos confiantes que tudo terá solução, já que o último contato com a Ampla foi positivo e o senhor Albino, Diretor da empresa, disponibilizou seu telefone e garantiu que assim que melhorar a situação caótica na cidade a empresa irá atuar ativamente aqui. Inclusive trazendo projetos sociais. O superintendente Mário também está sendo muito atencioso”.
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As árvores são outra fonte de preocupação para os moradores, já que muitos tiveram prejuízos devido à queda de galhos. Lucimara Vieira de Souza reclama que o ór-gão responsável não poda as árvores e re-força a reclamação dos postes desgas-tados. “O último poste que caiu levanta-ram e deixaram sem fixar direito no Chão. Os fios ficaram pelo caminho. Os morado-res que tiraram os fios para uma criança distraída não esbarrar”. Tatá, outro mora-dor, diz que estão todos apavorados com a situação em que vive a comunidade.
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Depois da ponte improvisada as dificuldades continuam pelos caminhos
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Falta tudo no Barreto
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Colica entre o mato alto que vem tomando conta de toda comunidade
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Nascido e criado no Barreto, Colica, 55, começa a nos apresentar onde mora pelo Buraco da Bacia. “Aqui é uma Região que precisava de atenção. O esgoto e a iluminação estão entre os piores problemas enfrentados pelos moradores do Buraco da Bacia. Precisa pavimentar também. É muita coisa para fazer. Tá complicado.”, informa.
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O Buraco da Bacia
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Nas escadas de acesso aos morros do Papagaio e Marítimos o mato alto já está to-mando conta de tudo. Colica explica que eles têm apenas um gari para cuidar de toda região, o que é insuficiente e que por mais que esse funcionário se esforce, fica impossível manter tudo limpo. O recolhimento de lixo também não tem sido regular. Na Rua Dr. March ouvimos relatos de moradores que têm de passar pelo meio da rua, porque as calçadas estão cheias de lixo. “Você tem de ver como fica a pracinha do Barreto. Aquilo é uma vergonha” Declara Colica.

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Colica mostra o esgoto, que misturado a água de chuva, pode ser encontrado pela escoando pela comunidade

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Existem vários postes com luz queimada, como na Rua do Rumo, onde os moradores já pediram diversas vezes pela troca de luz e ainda não foram atendidos. Colica disse que no último contato eles asseguraram que iriam trocar.

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Caminhos utilizados pelos moradores cobertos por mato alto e sem iluminação adequada

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A falta de guarda-corpo já ocasionou a queda de uma criança, que até o fechamento deste número, ainda se encontrava internada. O acidente aconteceu na Travessa São José, onde a Rua está cedendo e a colocação do guarda-corpo se encontra pela metade.

Local onde a criança se acidentou. O Guarda corpo termina de repente.O pedestre completamente sem proteção.

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A rua Dr. March está com deficiência no abastecimento de água. Apesar do fornecimento de água não satisfazer a toda região, Colica garante que está sendo feito um trabalho para reverter a situação. “A empresa Águas de Niterói está fazendo uma ótima parceria com a gente, tentando solucio-nar as questões relativas a água. Quero até agradecer ao Dante, Leonardo, Elias, ao pessoal do atendimento telefônico que sem-pre procura ajudar... É difícil lembrar o nome de todo mundo.”
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Chácara já previa tragédias


Uma semana antes das tragédias que aconteceram com as chuvas nas comunidades de Niterói, a Chácara, no centro da cidade, estava entre os locais que percorremos para esta edição e nos apre-sentaram uma série de problemas que estavam pondo em risco seus moradores. O Presidente da associação de moradores José Carlos, o popular Budinha, 49, nos levou para um passeio por todas essas dificuldades que a comunidade vem enfrentando de longa data. A associação que cuida de duas comunidades (a Chácara e o Morro do Arroz) disse que são duas mil pessoas completamente desassistidas. .

Caminhos prejudicados
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Os postes, assim como os mostrados na matéria da Souza Soares, na página 3, foram erguidos no Projeto Luz na escuridão, do governo Brizola, há mais de vinte anos, e desde então nunca mais passaram por reparos, o que vem pondo toda a co-munidade em risco. A pavimentação e a colocação de guarda-corpos para evitarem acidentes nos acessos a casas e ruas são outro problema alarmante que nos foi apresentado na ocasião. O mato alto e a limpeza nas ruas ficam a cargo dos moradores, já que há muito tempo foi pedido um gari e até agora ninguém enviou uma pessoa para cuidar da limpeza. Já existe um projeto para montar a sede da associação de moradores, mas falta apoio para a aquisição de material. “A água e o esgoto também estão horríveis. Os moradores vêm organizando mutirões para tentar amenizar o problema das ruas que estão caindo por falta de ma-nutenção e de anos de chuva, mas precisamos de ajuda para realizar todo esse trabalho.”, esclarece Budinha.
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Um dos diversos postes caídos na Chácara

Como se não bastassem todos os problemas, ainda tem um prédio que está previsto para subir na frente da co-munidade e que irá desalojar alguns moradores que já estão no lugar há mais de trinta anos. A associação está a-guardando a notificação para começarem as conversas sobre a indenização.
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Para chegar em casa...

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Depois das chuvas voltamos a entrar em contato com a associação que nos informou haver oito famílias alojadas na creche comunitária e que a vice- presidente, apoiada por outros membros da associação, estava tentando oferecer o melhor possível para elas. Budinha nos informou ainda, que, naquele mesmo dia (08/04), aconteceria uma reunião no Morro do Estado para discutir o problema e que ele estaria presente para participar.

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Ruas e escadas em péssimo estado e tomados pelo mato

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Feira de Troca no Gragoatá

O Bonde da Troca já vai passar...

Próxima Feira dia 26 de Maio.

Horário: das 14 às 18 horas.

Local: Praça da Cantareira - Gragoatá - Niterói

A equipe da IEES/UFF convida a todos para a segunda edição de 2010 da Feira de Trocas.

O que levar para trocar?

Descubra objetos dentro de casa que você não usa mais e que alguém pode precisar muito: roupas, cds, livros, xerox de textos e outros itens em bom estado.

Descubra-se!

Traga também seu saber e suas técnicas, sua produção ou o excesso: artesanato, alimentos, marcenaria, massagem, poesia, aulas.

Em caso de chuva a Feira será no ICHF - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (um dos últimos blocos do Campus do Gragoatá da UFF).

AÇÃO COMUNITÁRIA NO LOTEAMENTO BELA VISTA

Por Alexandre Mendes,
morador do
Bela Vista
e organizador
do GACRUMA



São nas fronteiras entre municípios que encontramos as piores comunidades, em condições de infra-estrutura. Em certos lu-gares, em pleno século XXI, podemos encon-trar ruas não reconhecidas pelas prefeituras; sem água encanada; asfalto ou esgoto. Essas comunidades estão paradas no tempo. É comum ver moradores carregando latas d’água ladeira acima ou perdendo seu dia de descanso do trabalho tapando os buracos da sua rua. Esse é o caso do Loteamento Bela Vista. Situado à margem esquerda de quem vai para o Rio do Ouro, na Estrada Velha de Maricá, altura da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF).
A maioria dos moradores adquiriram suas posses, comprando das mãos de um vereador, na década de 90. No documento que possuem, há promessas que nunca foram cumpridas... Para ter uma idéia, a AMPLA só se fez presente na comunidade em 1999, e mesmo assim, acrescida de uma multa que os moradores tiveram que pagar, por um serviço que nunca havia sido prestado, de fato, pela empresa. Onze anos se pasaram e a comunidade ainda não possui calçamento, água ou esgoto. O abandono pode ter sido acentuado pela desunião dos moradores, como um todo.
Foi em 1º de março desse ano (2010) que apenas um trecho da comunidade conseguiu articular um grupo de ação comunitária, afim de sanar os problemas ocasionados pela distância do poder público. Surgiu então o GACRUMA (Grupo de Ação Comunitária da Rua da Mangueira). Eu, Alexandre Mendes, 33, rodoviário e estudante de História, sou o responsável pela iniciativa do grupo.
Fizemos uma reunião e conseguimos arrecadar entre os moradores uma quantia esse mês, que nos enche de esperança em conseguir asfaltar a rua (ou trecho dela) até o fim do ano.
A emissão de recibos e transparência na prestação de contas é fundamental.
Entretanto, ressalto que alguns moradores não participaram da reunião ou não se prontificaram em contribuir na arrecadação, o que pode causar um retardo na chegada das melhorias.
Já entramos em contato com a Ouvidoria da Prefeitura de São Gonçalo, Nova Cedae, Wagner Montes e até agora nada. A cada dia que passa, percebemos que estamos realmente sozinhos. Se não nos unirmos por essa causa, continuaremos na mesma.

- Caminhões de aterro ou entulho, pois não temos mais aonde cavar, para tapar os buracos da rua.
- Lâmpadas, pois a cada temporal ficamos na escuridão em certos trechos.

- Materiais de Construção, que viabilizem o asfaltamento ou canalização do esgoto.

- Escada alta, para que possamos trocar a luz dos postes.

- Assessoria jurídica: Algum advogado de bom coração que pudesse nos ajudar a legalizar o loteamento na Prefeitura.
Aproveito para agradecer a todos os moradores que estão empenhados na melhoria do local e, particularmete, ao morador Riquinho, que passou grande parte das suas férias consertando a rua ( que já está toda esburacada de novo).

domingo, 23 de maio de 2010

Uma idéia em busca de apoio

Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fabio da Silva Barbosa
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Guilherme Santos Silva, 40, morador do Zulu,Santa Rosa, gostaria de reativar um antigo projeto que já ensinou muitos jovens de sua área uma profissão. Durante os 10 anos que trabalhou em uma oficina na Rua Mario Viana, próxima a comunidade, orientou como pintar e fazer lanternagem em carros.
“Gostaria de voltar a ensinar os jovens a trabalhar. Botar essa garotada no mercado de trabalho. Já ensinei muita gente que hoje em dia é profissional.” Conta Guilherme.
Atualmente ele trabalha em uma oficina no Bairro de Icaraí e avisa que lá está com vagas abertas para polidor. “É uma área com muitas oportunidades”
Quem se interessar em apoiar essa idéia e ajudar na profissionalização de vários jovens pode entrar em contato com Guilherme através do jornal.

sábado, 22 de maio de 2010

O NÚMERO 7

SE VOCÊ AINDA NÃO RECEBEU NOSSO NÚMERO 7
ENTRE EM CONTATO
E RESERVE LOGO O SEU

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Projeto Recomeçar e Grupo Unidos da Ititioca

Parceria por uma comunidade melhor
Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fafá

No mês de aniversário do Grupo de Futebol Unidos da Ititioca, Flávio de Araújo Silva, o popular Fafá, um dos representantes do Projeto Recomeçar e integrante do Grupo de Futebol, nos levou para um papo com alguns representantes deste.
“O Grupo formado há 8 anos com o propósito de lazer entre amigos, tem aproximadamente 80 membros e não existe apenas como alternativa de entretenimento. Também promove iniciativas sociais, como a arrecadação de cestas básicas para pessoas necessitadas. O grupo ainda forneceu coletes e bola para o futebol de crianças do Recomeçar. O qual apoiamos plenamente.” Disse Izaías Ramalho da Conceição.
“Nosso Grupo é responsável pela manutenção do único campo comunitário da Ititioca. Apesar desses esforços, ainda convivemos com dificuldades, como o córrego de esgoto em torno do campo, falta de alambrados, buracos, entre outros”. Afirma Jacksom Ferreira.
Outro integrante, Leonardo Leite Cardoso, diz que durante a existência do Grupo, promessas foram feitas por políticos, mas nenhuma cumprida até hoje. Para finalizar, Fafá alegou que esse espaço é um dos poucos pontos de lazer que existem na comunidade, usado inclusive por crianças do Recomeçar e pede providências urgentes as autoridades.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Chegou por e-mail

Índios reivindicava mudança de decreto que reestruturou a Funai

Cerca de 150 índios de 12 etnias tentaram invadir ontem a Câmara de Deputados e foram impedidos por seguranças e servidores da Polícia Judiciária. No confronto, alguns índios e seguranças ficaram machucados, tiveram as roupas rasgadas e eté óculos quebrados. Eles foram pedir a revogação do Decreto 7.056, que reestrutura a Fundação Nacional do índio (FUNAI) e reclamaram de não serem ouvidos pelo governo federal em assuntos de seu interesse. O objetivo dos índios era ir até o plenário da Câmara, mas, após o confronto, eles forma para o plenário da Comissão de Constituição e Justiça, onde apresentaram suas reivindicações a um grupo de deputados. Os Índios disseram que suas terras estão sendo invadidas pelo Exército.

Projeto Recomeçar promove ação social na Ititioca em parceria com o Projeto Crer-sendo e a Escola Vila Costa Monteiro

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa
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Parceria que deu certo
Projeto Recomeçar, Projeto Crer- Sendo e escola Vila Costa Monteiro.
Unidos pelo bem
O corte de cabelo foi uma das atrações da ação social

A criançada marcou presença

Mestre Akuma dá show de capoeira com seus alunos

“Essa ação social irá acontecer todo 3° sábado de cada mês, trazendo alegria e bem estar aos moradores da Ititioca.” Maude
“Para mim, está sendo uma integração muito boa. Temos o atendimento terapêutico e a aplicação de flúor que são importantes e a pessoa nem sempre tem condições de ter acesso.” Marília Aparecida
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Assunto: Ação do Acampamento Indígena Estratégicamente Adiada:

De: Murilo Marques
Para: Impresso das Comunidades

Estão sendo aguardados mais guerreiros, a manifestação se dará amanhã.

A imprensa - pequena, média ou grande - continua convidada a
comparecer no acampamento para se informar sobre a atual situação dos
povos indígenas no Brasil, sobre as condições dos acampados na
Esplanada dos Ministérios, sobre as reinvindicações do Acampamento e
sobre as ações programadas.

Muito Obrigado,
Murilo

Chegou por e-mail

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Convite:
Boa tarde,
neste sábado, 22 de maio, dia internacional da Biodiversidade, teremos mais um SAMBA DA COMUNIDADE, no Quilombo do Grotão - Serra da Tiririca!
A Associação dos Sitiantes Tradicionais da Serra da Tiririca (ASSET) e a Associação das Comunidades Tradicionais do Engenho do Mato (ACOTEM) promovem mais este samba e feijoada da melhor qualidade para confraternizar com amigos e apoiadores e mostrar que a luta continua!

Pela preservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca e todo o seu entorno!
Pela permanência de todas as comunidades tradicionais em seus locais de moradia!

Cansados do silêncio

http://acampamentorevolucionarioindigena.blogspot.com/2010/05/cansados-do-silencio.html
http://acampamentorevolucionarioindigena.blogspot.com/

Cansado do silêncio da grande mídia sobre o movimento e da guerra suja
promovida pelo governo federal, os 247 indígenas aqui hoje acampados
decidiram que não vão mais esperar. Vão agir.

Ontem dois ônibus chegaram do Maranhão, daqui a alguns instantes
chegam mais três ônibus, somando quase 500 indivíduos. Os indígenas
não ficarão parados, vão agir. Daqui, da Esplanada dos Ministérios,
sairá uma marcha cujo destino só será informado durante o trajeto.

Se a grande imprensa quer "notícias espetaculares", ela hoje terá.
Peço que convoquem toda a imprensa para a segurança dos homens,
mulheres e crianças que participam do protesto.

A concentração será entre 1 hora e 1 e meia na Esplanada, defronte ao
Ministério da Justiça.

POR FAVOR, CONVOQUEM IMPRENSA!

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Ititioca dá exemplo de organização e promove grande manifesto

Quase 54 horas sem luz
(Mais uma do nosso arquivo)
Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fafá
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De 14/03, domingo, até 16/03, terça, a comunidade da Ititioca (Rua D, Rua A, Vila Costa Monteiro, Rua Belo Horizonte e Rua Francisco Julião), Capim Melado e parte do Morro do Céu ficaram sem luz. Mais de dois dias de completa escuridão. Muitas pessoas perderam alimentos que tinham de ser mantidos na geladeira e comerciantes tiveram prejuízo com mercadorias que se estragaram. A questão só foi resolvida depois da comu-nidade organizar uma série de protestos.
Durante esse tempo, foram feitos pedidos para a companhia responsável com-parecer ao local e resolver o assunto, mas não obtiveram resposta. Fecharam a rua, protestaram, mas nada foi feito. “Então entramos no ônibus e fomos para a Câmara dos Vereadores.” Conta Ciara, importante liderança comunitária que já esteve anteriormente em nossas páginas rei-vindicando melhorias para sua comunidade. E ela completa: “Nos manifestamos em frente a Câmara, em frente a Prefeitura e ainda fomos para a AMPLA. Só assim conseguimos resolver nosso problema. Aí eles vieram de manhã e ficaram até acabar de dar um jeito em tudo. Podaram árvores. Até um poste que tinha caído desde o Carnaval eles consertaram”
Mas, Ciara destaca que o que mais gostou nisso tudo foi ver a união dos moradores locais. “O que mais me deixou feliz foi ver todo mundo junto. Tinham mais de 500 pessoas. Foi muito bonito. Eu queria agradecer muito a comunidade por isso.”
Apesar da satisfação pelas con-quistas nessa batalha, Ciara tem consciência de que ainda há muito a ser feito. A água é outra preocupação que há muito tempo vem trazendo transtornos aos moradores. “Não cai água no posto do Médico de Família, no Colégio Vila Costa Monteiro, nem na CLIN.” Indigna-se. Outros pontos afetados pela falta d’água, ainda segundo ela, é a comunidade do Capim Melado e parte do Morro do Céu. “Na Rua D, metade tem água e metade não tem”.
“Vamos fazer uma reunião para estudar o conflito da falta de água. Caso os respon-sáveis não solucionem o caso, vamos voltar a fazer barulho. Ninguém aguenta mais. Essa é nossa próxima meta.”

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PROJETO CAPOEIRA CIDADÃO

Texto e foto por: Alexandre Mendes
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Foi em 2003 que André Luiz Henriques da Silva, 33, popularmente conhecido como contramestre Americano, juntamente com outros companheiros, criou o Grupo Abá de capoeira. Daí o grupo sentiu a necessidade de implantar um projeto social dentro das comunidades adjacentes ao Sítio de Ferro, Pendotiba, comunidade onde iniciou o projeto. O trabalho baseia-se no modelo do Projeto Capoeira Cidadão do Mestre Paulão, em Magé.
Atualmente, o trabalho estende-se às comunidades do Cantagalo, Monan e Sapê. O contramestre Americano e professores Bom-Cabelo e Biriba, se dividem pelas comunidades, levando a arte da capoeira aos “menos agraciados”. O projeto também vincula a capoeira à educação. “Para participar, tem que estar estudando”. Diz Americano. No dia sete de Fevereiro, foi realizada a cerimônia de formatura (Batizado), onde os alunos que se destacaram ganharam a primeira corda.
Vale ressaltar que o Projeto Capoeira Cidadão não tem fins lucrativos e está em busca de possíveis apoios ou parcerias.
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Contramestre Americano cita o estatuto: Capoeira Cidadão é um projeto civil de direito privado cuja missão institucional é promover e divulgar a cultura afrobrasileira e suas demais manifestações.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pausa

Fala aí rapaziada
Estamos na correria para fechar o novo número do I.D.C.
Daremos uma breve pausa em nossas postagens diárias.
Saindo o de maio, retornaremos com informações e novidades
Além de exposições de matérias antigas para quem perdeu algum exemplar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Nova liderança encara desafios para levar cidadania e condições dignas de vida a Souza Soares.

“Só queria que o poder público tivesse algum carinho pelas comunidades”
Jorge de Oliveira, Presidente da Souza Soares
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Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa

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Jorge mostra a dificuldade de acesso enfrentada pelos moradores

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Jorge de Oliveira, 45, assumiu a presidência da Associação de Moradores da Souza Soares, em Santa Rosa, Niterói, há pouco tempo e já percebeu que não serão poucos os obstáculos que terá de vencer. “Para começar, ninguém vem limpar as ruas. Fica tudo a cargo dos moradores. Não tem recolhimento de lixo. Falta guarda-corpo nas subidas e escadas. As pessoas não têm onde se segurar. Os caminhos são muito acidentados. E isso é só o início.”

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Josiane Alves da Silva mostra o péssimo estado do caminho até sua casa.
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Subindo pela Rua Lions Clube, na Travessa da União, nos deparamos com escombros da casa que caiu nas chuvas de fim de ano (209/2010). Jorge disse que já foi pedida a retirada dos escombros, mas que não havia sido atendido até o momento. Passamos por várias árvores que correm o risco de cair e por outras que precisam urgentemente ser podadas. Fátima da Conceição é nascida e criada na Souza Soares e relatou que já houveram casos de caírem galhos, causando grande estrago a sua residência e de outros vizinhos. Jorge lembrou ainda que estão tendo problemas com a luz em determinados pontos e que a AMPLA já foi notificada.

Jorge nos levou por todos os caminhos que os moradores enfrentam em seu cotidiano
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O mato alto e a numeração das casas são outros problemas dos quais ouvimos muito falar nessa caminhada. Mailson Rocha, 19, veio em nossa direção para apontar o poste que estava caindo mais a frente. “Isso aqui está um perigo. Pode cair a qualquer momento.” Preocupa-se Mailson.
Chegamos a pontos críticos, onde o esgoto corre pelo caminho e os acessos a ruas e residências se encontram em estado inacreditável. Em muitas partes tive dificuldade em atravessar de um lado para o outro. Jorge lembrou que existem pessoas idosas, crianças e portadores de necessidades especiais que têm de fazer esses caminhos diariamente por não terem outra opção. “São de 13 a 14 mil pessoas vivendo em condições precárias de vida.” Conclui.

Problemas com o saneamento podem ser vistos por toda a parte
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Não existem áreas de lazer. Chaiane Inocêncio, 16, e Diana Vieira,13, falaram sobre sua vontade de ter um lugar para poder brincar. “Pelo menos podia ter um banquinho para a gente sentar e conversar” Comentaram. Luciana Carvalho, 23, Cristiane Barbosa, 36, e Josiane Alves, 24, aproveitaram para expor suas reclamações “O esgoto está horrível. Na travessa do campinho os caminhos estão um problema”. Cristiane lembrou ainda de quando fizeram as escadas. “Eu participei da construção. Fiquei toda doída. Mas se não tivéssemos feito até hoje não tinha.”. Pedro Gomes, 28, mora há seis anos no lugar e confirma: “Onde não está ruim, foi porque a gente fez.”

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Crianças mostram trajeto que fazem para sair e entrar em casa: “É dificil até chegar em casa”

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Livia Carvalho, 8, e seu irmão Vitor mostraram a dificuldade para chegar em casa. “Nosso primo que é pequenininho não consegue pular. A gente tem de levantar ele. É muito perigoso” Contam. Carlos Alberto, 32, mora há 27 lá e conta que no morro não pode entrar caminhão e nem ao menos ambulância devido ao péssimo estado das ruas. Paramos na casa de Josélia Romão para tomar uma água gelada antes de prosseguir e ela contou sobre a chuva que desce com força formando uma correnteza que passa por dentro de casas. Ela conta que até pedras já rolaram do alto do morro.

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Mais um acesso difícil
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O Presidente gostaria ainda de reativar a Biquinha (antigo lugar onde as lavadeiras locais e donas de casa iam lavar suas roupas). “Aqui tem uma nascente que oferece água 24 horas por dia, mas tinhamos de canalizar para não se poluir no caminho. Ela poderia ser usada pelos próprios moradores que ainda não possuem água em casa.” Propõe.

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O sacrifício para se ter água em casa
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A Associação da Souza Soares vem se organizando para oferecer cursos a toda comunidade. Para isso seria importante o apoio de órgãos e instituições que pudessem colaborar.
Em tempo: Embora todos que leram essa matéria possam vir a imaginar que foi feita recentemente, essa péssima qualidade de vida foi registrada antes das chuvas. Depois, ficou muito pior, como pode-se comprovar no Impresso das Comunidades de abril.