quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vamos prestigiar a Nova Geração do rap nacional com idéias positivas


O desenvolvimento do projeto Movimente é voltado para uma construção pedagógica, a descoberta através da linguagem poética estimula a leitura, pois o jovem percebe que através do ato de ler é possível compreender a si próprio e ao mundo que o cerca. Ampliando sua perspectiva e sua autoconfiança, surgem talentos e dons tornando-os protagonistas... ( http://nucleodecomunicacaomarginal.blogspot.com/)

terça-feira, 29 de junho de 2010

POESIA PARA QUEM PRECISA

Por: Helena Ortiz

Esta é a terceira edição da coluna Poesia para quem precisa, embora o Impresso das Comunidades esteja na sétima edição. Explico: É que conheci o jornal num sebo da cidade, o Berinjela, e foi aí que fiz contato com o Fabio Barbosa. Fiquei tão impressionada com a sua capacidade de trabalho que me ofereci para ajudar. E todos nos demos bem.
Os leitores, que têm na coluna um oásis para respirar de suas vidas trabalhosas, como são todas as vidas, os poetas, que acharam um espaço onde publicar, eu, o Fabio e o Alexandre, que mesmo à distância, trabalhamos juntos pelo mesmo fim: a conscientização das pessoas com a sua realidade e a sua capacidade de mudá-la, buscando antes de tudo a própria transformação. Por isso a poesia. Porque ela nos mostra outras visões, outros pontos de vista, outras músicas.
Se você tem aí o poema guardado na gaveta ou na cabeça, mande para cá. Os poetas sempre acham que estão sós, mas ao se juntarem percebem: são uma legião. E essa legião pode transformar o que quiser.
O poema de hoje é de Tânia Roxo.
Tânia é jornalista, escreve para o fanzine O Berro e para alguns blogs como o Expressão Liberta, do Winter Bastos. É moradora da Ponta da Areia, em Niterói.


Amor

Amor
Sem fronteiras
Sem paredes, nem portas

Amor
Sem correntes
Sem grades, nem muros

Amor
Sem registros
Sem papéis

Amor
Sem véu e grinalda
Sem igreja, nem padre

Amor
Apenas amor
Vivo e eternamente livre

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Buraco do Boi sofre com deficiência na coleta do lixo

Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fabio da Silva Barbosa
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Mesmo a caçamba estando com bastante lixo, moradores disseram que ela estava vazia em comparação com dias que chega a transbordar.
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A comunidade Buraco do Boi, no Bairro da Passagem, em Cabo Frio, Rio de Janeiro, possui 600 famílias sofrendo devido a deficiência no sistema de recolhimento do lixo. Todos os moradores abordados pelo Impresso não pensaram duas vezes antes de apontar o lixo acumulado na entrada da comunidade como o pior problema enfren-tado. Leonora de Oliveira Justo, 32, contou que a comunidade possui apenas uma caçamba, que não é suficiente. “O caminhão do lixo não vem até aqui, alegando que não dá para fazer a manobra. Aí a caçamba fica aí por mais de dois dias transbordando. Teríamos de ter pelo menos umas 3 caçambas aqui para dar conta. No verão então é pior ainda, já que a maioria dos moradores vive da praia, através de barraquinhas. En-tão eles precisam preparar seus produtos e jogar o lixo gerado fora”, explica Leonora. Ela ainda disse que ocorreram diversas doenças devido ao contato com o lixo.
Edson Sales Chaves, 35, acrescentou que muitos ratos estão aparecendo nas casas por causa do lixo. Morador da comunidade, Edson lembra que “se o caminhão consegue recolher o lixo dos prédios que tem na mesma rua, por que não consegue recolher o da comunidade?”
Outro serviço que também deixa a desejar é o do correio que não entra na comunidade para entregar as cartas nas casas, deixando em uma barraca que fica na Rua Antônio Feliciano de Almeida. Leonora comentou que: “Isso é muito chato, porque carta é algo muito pessoal. Ali fica tudo junto e um acaba vendo a carta que o outro está recebendo... A gente fica sem privacidade.”
Uma grande vitória foi o calçamento feito com o próprio esforço da comunidade, através do sistema de mutirão. Os moradores lembraram que antes de fazerem a obra na comunidade o esgoto era um problema. Ainda segundo Leonora as obras foram feitas no dia 31, porque era um dia em que estavam todos em casa. “Foi uma iniciativa da comunidade. Saímos atrás de verba e conseguimos o material. Aí colocamos a mão na massa e conseguimos dar um jeito no lugar.”

domingo, 27 de junho de 2010

Lembrando:

Mês de protestos

Por: Fabio da Silva Barbosa

O mês de abril e o princípio de maio fo-ram marcados por protestos das comunidades afetadas pelas chuvas. No dia primeiro de maio (Dia do Trabalhador) uma passeata foi do Morro do Céu, até o Bumba, reunindo comunidades e movimentos sociais. Diversos outros locais se manifestaram nesse período.

DESABRIGADOS PEDEM ALIMENTOS PERECÍVEIS E OUTRA DOAÇÕES

Por: Alexandre Mendes

O pedido vem do C.E. Vila Costa Monteiro, onde estão abrigadas as vítimas do desabamento no Morro do Céu. Segundo Jussara Carlone (Ciara), os próprios moradores da Ititioca estão dando maior assistência às vítimas. “Parece que as doações da Prefeitura estão mirrando, pois já não mandam quase mais nada para essas pessoas”, diz a militante. Se alguém quiser colaborar com alguma coisa, principalmente com comidas perecíveis, compareça no Colégio (ponto final do 44) ou entre em contato com o tel: 9571-8038

sábado, 26 de junho de 2010

O churrasquinho que fez história

Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Fabio da Silva Barbosa
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Muitos barraqueiros cativam os cabofrienses e visitantes, se tornando parada obrigatória. Paulo Roberto Batista Pereira, 63, o popular Paulinho do Churrasco, está entre estas celebridades do povo. Vindo de Campos, abriu uma mercearia. “Vim passear, gostei e fiquei”. Com o fechamento da mercearia, abriu seu primeiro ponto de churrasquinho no Clube Santa Helena. “Depois vim para a Rua Francisco Mendes, onde fico das 18 até a madrugada. O churrasquinho já existia desde o tempo da mercearia. Começou dentro dela. Já coloquei minha barraquinha no futebol do Tamoio, em festa junina... Já fui para cidades vizinhas...” Atualmente ele trabalha com os sabores: Carne, frango, misto, porco, coração, calabresa e salsichão, além de bebidas. “Gostaria de aproveitar para agradecer aos fregueses”.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

UFA

MAIS UMA BATALHA VENCIDA
AMANHÃ VOLTAREMOS COM AS POSTAGENS
NORMALMENTE
INTÉ

domingo, 20 de junho de 2010

A MIL

TAMO NA CORRERIA PARA FECHAR O NOVO NÚMERO DO IMPRESSO
FICAREMOS SUMIDOS POR UNS DIAS

sábado, 19 de junho de 2010

AGORA

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FALA GALERA,
ESTAMOS INDO, NESTE MOMENTO, COBRIR A AÇÃO SOCIAL DO PROJETO RECOMEÇAR NA ITITIOCA, QUEM QUISER COMPARECER PARA VER UM BELO EXEMPLO DE COMO A COMUNIDADE UNIDA PODE CAMINHAR PARA UM BEM MAIOR SERÁ MUITO BEM VINDO.
FORTE ABRAÇO E VAMOS NESSA QUE JÁ ESTAMOS EM CIMA DA HORA.
ATÉ DAQUI A POUCO.
FSB&AM

sexta-feira, 18 de junho de 2010

INFORME RECOMEÇAR

Por: Alexandre Mendes
e Fabio da Silva barbosa
Foto: Fabio da Silva Barbosa
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Os alunos da alfabetização para adultos
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No dia 04/05, houve um encontro muito especial na Ititioca. Um encontro entre amigos, que veio mostrar a força que a comunidade pode ter quando trabalha junta, caminhando em uma mesma direção. Antes da confraternização que viria a comemorar o primeiro ano de realizações e expansão do projeto Recomeçar, Bira convidou a todos, independente de crença, ou religião, que o acompanhassem em uma oração. Depois lembrou que o principal objetivo é ajudar ao próximo. “Muitas pessoas não acreditaram, mas o projeto está aí. E estamos pensando em futuramente montar núcleos nas comunidades vizinhas”.
A professora de crochê, Nilza, mostrou o resultado de suas aulas e falou sobre a importância de uma ocupação produtiva. “Aulas como essa, podem virar fonte de renda pra os alunos. E isso não é bom apenas para eles. Essa atividade é boa também para nós professores. Eu mesma estava impossibilitada de trabalhar por problemas de saúde. Hoje já tenho o prazer de vir até aqui para dar aula.” Fafá falou na sequência, agradecendo a todos. “O Recomeçar é isso. Várias pessoas dando idéias. Os cargos foram dados por exigência da lei para registrarmos o Projeto, mas todos podem falar.”
A palavra passou por todos que quiseram falar, demonstrando que o Recomeçar não se resume apenas nos cursos oferecidos, mas que extravasa sua função educacional, cultural, social e esportiva, abrindo espaço para se tornar um fórum de discussões.
Para finalizar Fafá falou sobre apróxima ação social do projeto
“Nossa próxima ação comunitária será realizada com aplicação de flúor, acompanhamento terapêutico, corte de cabelo, medição de pressão arterial e exame de glicose (para esse serviço, vir em jejum). Lembro a todos que essa ação ocorre todo terceiro sábado do mês e é uma iniciativa dos Projetos Recomeçar e Crer-sendo. Venha, traga a sua família e participe de 9:00 às 12:00, no Colégio Estadual Vila Costa Monteiro, Ititioca, Niterói, RJ"

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ENTREVISTA

Paula Kalantã
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Por: Fabio da Silva barbosa

Em todo o Brasil, comunidades indígenas passam por inúmeras dificuldades. Na entrevista deste mês, estaremos conversando com Paula Kalantã, Tupinambá da Bahia, sobre todo esse conflito.
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Independente da etnia, todos as comunidades indígenas, vêm passando, desde a tomada de seu território pelos europeus, por um processo de perda total de direitos. Por que isso continua acontecendo há tanto tempo e a sociedade, de uma maneira geral, sempre finge que nada está havendo?
Em minha opinião, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) não cumpre seu papel político de garantir o cumprimento da lei que assegura aos índios o direito ao seu território. A prova é que a falta de demarcações e a invasão de territórios indígenas são os principais problemas enfrentados.

Ainda hoje existe a visão de que índio só vive na aldeia. Como você vê isso?
A sociedade tem a visão de que ser indígena significa andar nu, enfeitar-se com plumas e pinturas corporais, ter alma pura e ingênua... O fato de não mais andarmos nus ou adornados com penas não nos torna menos indígenas, como qualquer outra sociedade, nós, povos indígenas, passamos por transformações resultantes de contatos (impostos ou não) com sociedades diferentes e, portanto, culturas diferentes.

Na Bahia os Tupinambás estão passando por uma série de problemas. Fale sobre.
Sem uma solução da União e da Funai, os indígenas, dentre eles os Tupinambás, sofrem com a demora na demarcação de suas terras, que ficam num espaço que envolve os municípios de Una, Buerarema, e Ilhéus (Oli-vença), que propôs, no final do ano retrasado, uma ação pública contra a União e a Funai.
Na época, o Ministério Público federal (MPF) deu prazo de um ano para a delimitação da terra, com futura desapropriação, e com a apresentação, em juízo, de relatórios trimestrais acerca do andamento do trabalho de demarcação. Enquanto a demarcação não acontece, indígenas e fazendeiros vivem em constante tensão. O resultado pode ser visto nas aldeias indígenas, sobrevivendo de forma precária, com problemas de saúde e sem área para cultivo. Além das ações possessórias impetradas por fazendeiros e acatadas pela justiça, que dão ganho de causa, tendo em
vista que a terra ainda não está demarcada.

Por que o cacique Babau está isolado desde sua prisão?
O cacique Babau lidera a luta do povo Tupinambá pela definição dos limites da aldeia e sofre com a criminalização. Ele responde a processos como “criminoso” por defender o direito do seu território. Para eles, isso se torna uma grande dor de cabeça, sendo Babau uma referência pra outros povos que queiram reivindicar suas terras.

E a comparação entre Babau e Lampião?
Com certeza não se justifica. A invasão e a expulsão violenta dos indígenas de seus territórios foi e ainda é prática corriqueira por aqui, e muitos desses invasores históricos hoje posam como vítimas, combatendo ativamente a demarcação das terras indígenas. Não sei quanto a vida e revolta de Lampião mas acho que ninguém vai permitir que um estranho arme uma rede bem no meio de sua sala e achar a coisa mais natural do mundo. Vai?

De onde vem os argumentos contra o cacique?
Essas pessoas, como já falei, são os grandes fazendeiros e empresários invasores de terras. Antes de todos eles chegarem aqui, nós já existíamos, e tínhamos nossas terras; não pegamos nada de ninguém, ao contrário, eles foram se instalando com falsos documentos e se passando por donos devido a política malvada que doou as nossas terras a eles. Falam que aqui é fácil dizer que é indígena. Isso é a mesma coisa que dizer que eles nasceram aqui. É claro e evidente que eles vão sempre dizer isso.

Tem algum movimento ou organização dando apoiando aos Tupinambás?
Sim, vários. Anaí, Cimi, movimentos estudantis, e alguns políticos do PT que estão discutindo a situação. Se bem que só acredito na gente brigando por nosso povo, o que não vai acontecer a exemplo do que está acontecendo com Babau.

O que poderia reverter toda essa situação?
Demarcação de nossas terras, educação diferenciada dentro das aldeias, pois é um fortalecimento de nosso povo, melhorar a saúde, nossos remédios serem permitidos... Não ao desmatamento.
Desejo que o mundo nos respeite e acabe com a discriminação e o preconceito. Desejo que nosso povo possa viver livre, mantendo sempre a energia positiva dentro da nossa crença e cultura.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

DEU NO BOLETIM DA ALERJ

COMISSÃO PEDE AJUDA AO ESTADO PARA GARANTIR ASSISTÊNCIA A DESABRIGADOS


Pessoas dormindo no chão, sem receber o aluguel social e sem receber alimentação adequada. Este foi o quadro encontrado pelo presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), durante vistoria, nesta terça-feira (15/06), nos alojamentos do 3º Batalhão de Infantaria (3º BI), na Venda da Cruz, em Niterói, onde cerca de 130 famílias vítimas das chuvas de abril estão abrigadas. O parlamentar disse que irá encaminhar um relatório da visita à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, solicitando a atenção do Estado no local, que está sendo administrado pelo Governo Municipal. “Vamos elaborar um relatório que será enviado ao secretário de Estado de
Assistência Social e Direitos Humanos, para que os alojamentos sejam dignos, minimizando o desamparo das pessoas, que só será resolvido quando todas as famílias receberem o aluguel social ou um novo imóvel para morar”, afirmou.

De acordo com o deputado, as famílias, que estão abrigadas em três alojamentos, estão dormindo em colchonetes ou lençóis no chão. “Muitas famílias ainda não conseguiram receber o aluguel social, e permanecem nos alojamentos porque não têm para onde ir com os filhos.”, informou o
parlamentar. Moradora do Viradouro, Eunice Benedita das Graças Pereira, de 55 anos, é uma das que ainda não conseguiu receber o aluguel social. Ela perdeu a casa soterrada por uma pedra em abril. “Estou aqui com minha filha e meus dois netos, de 6 e 15 anos. Já fiz o cadastro para receber o aluguel social, mas o papel que eu recebi da Defesa Civil não foi aceito. Não temos para onde ir, não podermos ficar no abrigo para sempre. Minha mãe está na casa de um parente porque tem problemas mentais e não posso trazê-la para cá, mas o tempo está passando e ainda não conseguimos uma casa”, desabafou.

Outra reclamação feita à comissão foi em relação à alimentação. Segundo os abrigados, a comida está sendo preparada por uma empresa localizada na cidade do Rio, e tem chegado em quentinhas. “As famílias estão reclamando da falta de qualidade no preparo dos alimentos, e dizem que estão recebendo o mesmo cardápio todos os dias. O quartel tem uma cozinha equipada, e há inclusive doação de itens como feijão e arroz. A comida poderia estar sendo preparada aqui”, ressaltou o Presidente da comissão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

ESTADO DE CALAMIDADE NA RUA ALAMEDA DO VALE

Por: Alexandre Mendes / Foto: Alexandre Mendes
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Jorginho mostra os fios no meio da rua

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Postes caindo sobre a rua; fios de alta tensão a menos de dois metros do chão... Essa é a situação da Rua Alameda do Vale, primeira rua à esquerda, após a subida da Garganta. O risco de morte para os transeuntes é inevitável. O drama começou na tempestade letal do mês passado. Jorge Luiz Matheus dos Santos (Jorginho), 43, morador local, nos conta que, após a tempestade, os moradores ficaram uma semana sem luz e telefone. A AMPLA chegou a comparecer no local e prendeu cabos de aço nos postes, a fim de que não caíssem por completo no solo. Depois, não retornaram para colocar os postes na posição correta. Além desse novo problema, existem os antigos; só que, agora, mais acentuados. A rua está erodindo no lado que corre um valão a céu aberto. Jorginho disse que os carros não podiam sequer passar pela rua, após a catástrofe.
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Os moradores fizeram um mutirão para consertar a rua e a poda do matagal também é feita por eles. Jorginho relembra os problemas já reclamados em matéria anterior. Segundo ele, a Prefeitura iniciou a construção de um muro de contenção nas laterais do valão, há muito tempo, mas a obra não foi concluída. Também comenta que já viu chegar material de construção nas proximidades para manutenção de encostas, mas para a Alameda do Vale, nada. Jorginho também voltou a afirmar que a rua e a praça constam como asfaltadas na Prefeitura, só que, até agora, a rua nem calçada tem.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

FESTIVAL REUNIRÁ MESTRES DA CAPOEIRA


O Festival Mamma África e Brasil de Capoeira Estilo Livre será realizado dia 26 de junho, com concentração às 8h no Sesc – Niterói. O evento conta com apoio da Federação Fluminense de Capoeira, Liga Niterói de Capoeira, Secretaria de Esportes de Niterói, Fundação de Arte de Niterói (FAN) e Ouvidoria Municipal de Niterói.

Aproveitando o momento de confraternização, o Festival e seus parceiros homenagearão os profissionais que lutam pela valorização desta arte, que receberão troféus alusivos ao evento. Serão homenageados ainda com o troféu “Ämigos da Capoeira” aqueles que se distinguiram no apoio a essa tradicional manifestação de cultura genuinamente brasileira.

O evento terá as seguintes atividades: apresentação de Capoeira de Angola, Regional e Estilo Livre, Maculelê, Jongo, Puxada de Rede, Pernada Carioca e Samba de Roda. Além destas atrações, contará ainda com clínica e oficina de instrumentos musicais, mesa redonda entre Mestres e convidados e Jogos Ecológicos, terapias alternativas e orientação odontológica.

“Contamos com a presença da população que ama e pratica esportes, lutas, danças; pessoas interessadas em cultura popular e de todos aqueles que desejarem passar algumas horas curtindo as apresentações, participando das clínicas e convivendo conosco no alegre e saudável ambiente da capoeira. Neste evento não se paga nada, é tudo de graça. Estão todos convidados desde já”, conclui Mestre Zezeu, presidente do Instituto Brasileiro dos Profissionais de Capoeira e coordenador geral do Festival Mamma África e Brasil de Capoeira Estilo Livre.

O que é “Estilo Livre”

A Capoeira é identificada como a arte marcial brasileira, e espalhou-se pelo mundo mais como atividade lúdica e exercício do que como luta. O Instituto Zezeu de Capoeira Estilo Livre propõe uma capoeira mais solta, que reúne movimentos e golpes dos dois estilos tradicionais de capoeira: a Capoeira Angola e a Capoeira Regional. Seu número de participantes cresce a cada dia, mas a finalidade deste encontro não é o de localizar tendências ou delimitar caminhos, e sim apontar para as necessidades que o ser humano tem de interagir com seu semelhante através do esporte, da cultura e da arte brasileira.

Outras informaçoes:
9589 – 1358 - Mestre Zezeu

Serviço:
Festival Mamma África e Brasil de Capoeira Estilo Livre – SESC- Niterói
Data: 26 de junho
Horário: 08h
Entrada gratuita
Local: SESC – NITERÓI
Endereço:
Rua Padre Anchieta, 56 - Centro
2719-9119

domingo, 13 de junho de 2010

HJ É DIA

HOJE É DIA DE CAMPEONATO DE FUTEBOL NA COMUNIDADE DO ZULU, NA ESTRADA ALARICO DE SOUZA, EM SANTA ROSA, NITERÓI.
O CAMPEONATO QUE JÁ É TRADIÇÃO NA REGIÃO TEM SUA FINAL EM GRANDE ESTILO.
HOJE, O DOMINGO PROMETE

sábado, 12 de junho de 2010

Pela dança e contra o preconceito

Por: Fabio da Silva Barbosa

Gostaria de aproveitar o espaço, para homenagear José Batista Feitosa, o popular Batista, mo-rador da Rua Visconde do Rio Branco, no Centro de Niterói. Muito conhecido na redondeza, tem como principal paixão a dança e acompanha nosso trabalho com entusiasmo desde o início do projeto. Dono de uma opinião forte, se assume como homosexual e levanta a bandeira contra qualquer forma de preconceito. Filho de um japonês e de uma índia, nasceu em João Pessoa, na Paraíba. Então... Solta o verbo Batista!
“Descobri que era homosexual aos 15. Nunca gostei de menina. Aos 18 comecei a fazer show de dança usando o nome Gerusa. Cheguei no palco com roupa de homem e perguntaram meu nome. Veio na cabeça: “Gerusa”. Desde então adoro me apresentar assim. A vontade me anima a dançar. O cara que não gosta de mim só porque sou homosexual, é inseguro. Não pode ser outra coisa. Gosto de ser amigo das pessoas. Não é por ser homosexual que fico atrás de intimidade com todo mundo. O importante é o respeito. Sou contra o preconceito. Somos todos gente.”

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Martins Torres ainda sofre com o resultado das chuvas

Por: Fabio da Silva Barbosa
Foto: Sidney Eduardo M. dos Santos





Assim como em diversas outras localidades, a Martins Torres, em Santa Rosa, Niterói , ainda sofre com o desastre causado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade. Em diversos pontos da região podem ser observados o acúmulo de lixo e lama, que ainda, não foram removidos.
Embora a Martins Torres seja apenas o nome da rua principal, hoje existe toda uma região que atende por esse nome. O Morro da Paulada, por exemplo, também se encontra nessa área, e ainda sofre, igualmente, com os efeitos devastadores da tempestade. Um grande volume de material dos deslizamentos está pressionando o muro de um prédio vizinho e os moradores temem que o mesmo possa ser derrrubado pelo peso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Morador da Martins Torres pede providências

Por: Sidney Eduardo Maciel dos Santos
Foto: Sidney Eduardo Maciel dos Santos
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Entulho trazido pelo deslizamento, quebrando a manilha e de onde jorra esgoto dia e noite.
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Meu nome é Sidney Eduardo Maciel dos Santos, 32 anos, morador da Travessa D na Martins Torres. Nas fortes chuvas do mês passado minha casa foi atingida por um deslizamento, o qual derrubou meu muro e deixou um monte de entulho no meu quintal.
Entramos em contato com a Defesa Civil que não apareceu. Dias depois apareceu uma equipe da Prefeitura que olhou, tirou fotos e foi embora dizendo que voltaria. Não deram mais notícias.
Nos mobilizamos e fizemos retiradas de lama e árvores do terreno que ameaçavam cair em nossa casa. Ainda temos muito que fazer, mas aos poucos temos conseguido mesmo sem auxílio de ninguém.
Nesse turbilhão de problemas, parte de uma ligação de esgoto teve suas manilhas danificadas e, por cima dessas manilhas, um monte de entulho e destroços de uma casa que caiu na chuva de dezembro.
Esse vazamento de esgoto tem causado muito transtorno a nós, moradores do local, pois, além do cheiro horrível, têm surgido muitos mosquitos e moscas e, até mesmo, ratos. Localizamos onde a manilha está danificada, mas, sem ajuda, não temos como consertar.
As pessoas que não querem ajudar a resolver o problema ficam dizendo pra falar com fulano ou beltrano. Gostaria de auxílio nessa questão simples de ser resolvida se obtivermos a ajuda necessária.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Quer colaborar com o Impresso?

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Entre em contato e apóie essa idéia.
Para quem ainda não anotou, aí vão nossos contatos:
caixa postal: 100050, Niterói, RJ, Brasil, CEP 24020-971
Email: impressodascomunidades@hotmail.com
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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Andreas conta sobre sua carreira de jogador de futebol

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa
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Andreas mostra matéria de jornal local contando sua história

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Andreas Alfonso Salgado Cervantes, 51, é figura marcante em Cabo Frio. Embora já tendo feito algumas matérias com ele, dessa vez, Andreas relatou um ângulo sobre que ainda não tínhamos conversado. Sua carreira de jogador de futebol. Assim é uma existência rica. Pensarmos que sa-bemos tudo sobre, mas...
“Quando pequeno, pedi a meu pai que me levasse para fazer a prova do time Universidade Católica do Chile. Tinha até o cartão de um grande jogador que era amigo, mas não quis usar. Preferi passar por minha capacidade. Consegui!” Assim começou o relato de sua saga. E prosseguiu: “Passei por times amadores e profissionais. Inclusive por times comunitários que eram muito legais”.
Um dia seu pai o acordou cedo, mandou que tomasse um café leve e pegasse a chuteira. Foi para o time de Santa Ana onde treinou e participou de vários jogos. “Aí começou a temporada. Ganha-mos!” (Nisso, ele se aprofundou em suas lembranças. Olhou por um tempo para frente e comovido declarou: “Parece que estou lá. Todo mundo na arquibancada...”) “Ganhamos o campeonato, mas me f...” Andreas prejudicou seus rins. “Estava nos chuveiros quando um amigo viu que eu urinava sangue. Tive de parar de jogar. Fui para a Bolívia... Ver minha irmã que ia casar. Nessa época já mexia com artesanato. Sempre fui maluco.”
Na Bolívia continuou jogando. Chegou a treinar em dois times ao mesmo tempo. “Um profissional e outro mais popular. Joguei lá por oito anos. Casei, tive filhos... Voltei para o Chile... Mas estava na época do governo Pinochet. Comecei a querer ir embora. Não me sentia mais a vontade. Não era minha onda”. A família preparou uma festa surpresa de aniver-sário, onde aproveitou para se despedir. Um amigo chamado Guilherme apareceu dizendo que vinha para o Brasil e tinha um carro (Maverick) para fazer a viagem com outros companheiros. “A festa de aniversário durou três dias. Aniversário e despedida junto”.
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Andreas e seu amigo Chason
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Finda a comemoração, encheram a mala do carro com artesanatos e começaram a jornada. “Passamos pelas cordilheiras dos Andes. Cruzamos a fronteira do Chile com Argentina. Conse-guimos vender brincos e pulseiras no atacado para lojas”. Após atravessarem a fronteira em Foz do Iguaçú, passaram pelo Rio Grande do Sul e continuaram o caminho até o Rio de Janeiro onde houve mais um grande divisor de águas na vida do jogador de futebol e artesão Andreas Alfonso. “Der repente foi todo mundo embora. Tinha por volta dos 20 anos nessa época.Fiquei sozinho, sem conhecer o lugar nem saber falar português. Perdi tudo para o Rapa na Sans Penha. Foi assim que estava nas festas de final de ano. Sozinho e sem dinheiro. Duro mesmo. Sem nada. Nisso, vi um cara vendendo fogos. Deixei minha bolsa com ele para poder levar uma caixa de fogos. Abri a caixa e estourei um. Aí veio uma turma ver e comecei a vender a unidade. Voltei, depois de muito rodar, pois havia perdido o lugar onde ele estava, dei o dinheiro dele e peguei outra caixa. Levantei uma grana com aqueles fogos. Aí, os dias foram passando e comecei a alugar apartamentos para turistas e amigos que chegavam no Brasil. Conseguindo o suficiente para buscar o material que havia perdido para o rapa, fui ao depósito da polícia. Eram peças que havíamos trazido de fora. Material diferenciado. Não queria deixar para lá”.
Depois de uma passagem por Rio Bonito, onde trabalhou com um grupo de artesãos chilenos, Andreas veio para Cabo Frio. Se estabeleceu como artesão e se transformou, posteriormente, em ícone da cidade. “Se tivesse dinheiro, traria minha família para cá. Daqui não saio mais. Encontrei o paraíso.”

domingo, 6 de junho de 2010

“Todo mundo sabe, mas ninguém quer comentar” ou “Dois assuntos que resultam em um”.


Por Evandro das Santos Pinheiro
e Fabio da Silva Barbosa

Desde a chegada dos europeus ao Brasil, os povos originários vêm sendo massacrados e saqueados pelos invasores. Mesmo depois de tanto tempo, o capitalismo ainda insiste em destruir o pouco que esse povo conseguiu conservar. Constantemente ameaçados de perder suas terras, sofrendo, inclusive, ameaças de morte (isso quando a morte não ocorre de fato), as comunidades indígenas vivem entre a insegurança e a opressão. A invasão de ontem e de hoje insiste em ir mais longe. A cultura destes povos é completamente destruída pela cultura dominante (o culto ao lixo modista e a mentalidade individualista). Quando os portugueses se apossaram dessas terras, trouxeram elementos devastadores para as crenças e costumes locais. Os jesuítas fizeram parte das engrenagens dessa máquina mortífera impondo sua verdade aos nativos. Verdade colocada como a única possível.
E os negros seqüestrados na África, trazidos como escravos até aqui? Foram obrigados a adorar deuses brancos e tiveram seus direitos totalmente usurpados. Reis viraram escravos do dia para a noite e crianças ficaram órfãs de pai e mãe. O Brasil recebia 37% de escravos de todo continente e em três séculos e meio de escravatura, nosso país recebeu aproximadamente cinco milhões de negros, sem contar que 55% morriam nos porões dos navios durante o trajeto. Após a bravura de grandes guerreiros e a pressão de outros países, o Brasil foi o ultimo a abolir a escravidão. Os negros estavam libertos, mas e daí? Sem assistência do estado, emprego, acesso a educação... foram jogados a própria sorte (que não era nada boa em uma sociedade extremamente racista). Sua cultura foi negada, sendo impedidos os cultos de religiões de matrizes africanas como o candomblé. A capoeira foi proibida e a lei da vadiagem entrou em vigor. Hoje a capoeira corre livre e aparentemente a opressão acabou.
Aparentemente!
O racismo dissimulado no Brasil mostra constantemente suas garras. Isso é de tal forma imposto que negros acham que são brancos, sendo 50% da população negra e apenas 6% se assume como tal. Isso se deve ao nosso ensino eurocêntrico e pouco ser falado sobre o continente africano. Quando se fala deste continente é de forma preconceituosa, como se o continente fosse um único pais e só é retratado de forma estereotipada como o continente da fome, das guerras e da AIDS.
Voltando aos índios,
que eram donos originais do país, como apresentado no início do artigo, esses foram ficando cada vez mais encurralados em pequenas áreas insuficientes para a sobrevivência das aldeias, sendo chacinados e oprimidos pelos grandes proprietários de terra. Atualmente, na Bahia, temos um grande exemplo desse desrespeito com a prisão do Cacique Babau e com a população indígena sendo perseguida como bandidos, quando, na verdade, estão lutando por seus direitos. Como condenar os métodos dessa luta se não existe a possibilidade de um diálogo honesto? Não deveríamos propor formas realmente eficazes para conquistarem seus direitos, ao invés de engordarmos os números carcerários?
Na época da chegada dos europeus nossa população indígena passava de 10 milhões e hoje está em torno de 400 mil índios. O relatório do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) mostra que a situação está insustentável, principalmente no Mato Grosso do Sul. Dos 60 assassinatos de indígenas no país, 42 ocorreram no neste Estado, cujas vítimas pertencem ao povo Guarani Kaiowá. O que nos chama também a atenção é que dos 34 suicídios registrados, todos ocorreram nessa população, sendo que 25 vítimas possuíam idade entre 13 e 25 anos. Ainda segundo o relatório do CIMI, no estado do Mato Grosso do Sul, foram localizados 409 trabalhadores nas usinas de cana de açúcar em condições degradantes ou análogas ao trabalho escravo. Desses 409, 150 eram indígenas dos povos Terenas, Kaiowá e Guarani.
Então é isso!
Negros e índios continuam sofrendo as mazelas de um povo que vem sendo oprimido há muito tempo. Isto está certo? Isto é justo? Vamos por a mão na consciência. A grande maioria não pode continuar apoiando os privilégios de uma minoria conservadora que não quer perder a mamata. Temos de gritar por mudanças enquanto é tempo. Descruze os braços. A hora é agora. Não adianta tapar o Sol com a peneira. Não há mais porque esperar. Talvez "daqui a pouco" seja tarde de mais.

sábado, 5 de junho de 2010

NÃO PODEMOS ESQUECER

Texto: Fabio da Silva Barbosa
Fotos do Bumba: Alexandre Mendes

MUITAS PESSOAS JÁ ESTÃO VOLTANDO A ROTINA E AS TRAGÉDIAS DAS CHUVAS COMEÇAM A CAIR NO ESQUECIMENTO. ISSO NÃO PODE ACONTECER. FAMÍLIAS QUE PERDERAM MUITO NESTE EPISÓDIO AINDA NÃO CONSEGUIRAM SE RECUPERAR. VAMOS TER UM MÍNIMO DE DECÊNCIA E CONTINUAR ESSA LUTA POR MELHORES CONDIÇÕES NAS COMUNIDADES CARENTES, NÃO SÓ DO RIO, MAS DE TODO O BRASIL.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

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03/06/2010 23:48 - Polícia Federal prende mãe e bebê Tupinambá


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva segura bebê de dois meses de Glicéria Tupinambá. Glicéria participou da 13ª Reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), ocasião em que expôs as violências sofridas por seu povo.

A Polícia Federal prendeu na tarde de hoje, feriado de Corpus Christi, a índia Glicéria Tupinambá e seu filho de apenas (02) dois meses. Glicéria é liderança de seu povo e membro da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI. Vinculada ao Ministério da Justiça, a CNPI tem entre seus integrantes representantes de 12 ministérios, 20 lideranças indígenas e dois representantes de entidades indigenistas. Na tarde de ontem, 2 de junho, Glicéria participou da reunião da CNPI com o Presidente Lula, oportunidade em que denunciou as perseguições de que as lideranças Tupinambá têm sido vítimas por parte da Polícia Federal no Sul da Bahia.

No dia seguinte, quando tentava retornar para sua aldeia, Glicéria – tendo ao colo o seu bebê de dois meses – foi detida ao descer do avião, ainda na pista de pouso do aeroporto de Ilhéus (BA), e diante dos demais passageiros, por três agentes da Polícia Federal, numa intenção clara de constrangê-la. O episódio foi testemunhado por Luis Titiah, liderança Pataxó Hã-hã-hãe, também membro da CNPI, que a acompanhava.

Após ser interrogada durante toda a tarde na sede da Polícia Federal em Ilhéus, sempre com o bebê ao colo, Glicéria recebeu voz de prisão da delega Denise ao deixar as dependências do órgão. Segundo informações ainda não confirmadas, a prisão foi decretada pelo juiz Antonio Hygino, da Comarca de Buerarema (BA), sob a alegação de Glicéria ter participado no seqüestro de um veículo da META (empresa que presta serviço de energia na região). Esse juiz, em entrevista concedida ao repórter Fábio Roberto para um jornal da região, se referiu aos Tupinambá como “pessoas que se dizem índios”. Mãe e filho serão transferidos para um presídio na cidade de Jequié, distante cerca de 200km de sua aldeia.

Desde que a FUNAI iniciou o processo de demarcação da terra indígena Tupinambá as fazendas invasoras da terra indígena passaram a contratar pistoleiros, fazendeiros dos municípios de Ilhéus e Buerarema iniciaram campanhas difamatórias nas rádios e jornais locais, incitando a população regional contra os índios, o que resultou numa série de conflitos envolvendo pistoleiros, fazendeiros e indígenas. Como conseqüência da disputa pela posse da terra os Tupinambá respondem a uma série de inquéritos e processos criminais patrocinados pela Polícia Federal, numa estratégia clara de criminalização de sua luta legítima em defesa de seu território tradicional. Em decorrência dessa ofensiva de criminalização já estão presos os indígenas Rosivaldo (conhecido como cacique Babau) e Givaldo, irmãos de Glicéria que passa a ser terceira presa política Tupinambá.

A animosidade nutrida pela Polícia Federal em relação aos Tupinambá já se tornou crônica. No dia 23 de outubro de 2008, numa ação extremamente agressiva, a PF atacou a comunidade indígena da Serra do Padeiro, deixando 14 Tupinambá feridos à bala de borracha, destruiu casas e veículos da comunidade, a escola indígena e seus equipamentos, e ainda deteriorou a merenda escolar. Dois Tupinambá foram presos na ocasião. Em junho de 2009, após outra ação de agentes da PF juntamente com fazendeiros - numa ação de reintegração de posse -, sinais de tortura em cinco Tupinambá ficaram comprovados por exames de corpo de delito realizados no Instituto Médico Legal do Distrito Federal. O inquérito, levado a cabo pelo mesmo delegado que coordenou a ação dos agentes, concluiu entretanto pela inocorrência de tortura. Nenhum dos agentes foi afastado durante ou após as investigações. No dia 10 de março de 2010, numa ação irregular, a Polícia Federal invadiu a residência do cacique Babau em horário noturno (duas horas da madrugada), destruindo móveis e utilizando extrema força física para imobilizar o Cacique, que acreditava estar diante de pistoleiros, pois os agentes estavam camuflados, com os rostos pintados de preto, não se identificaram e não apresentaram mandado de prisão, além de proferir ameaças e xingamentos.

O Conselho Indigenista Missionário, preocupado com a integridade física e psicológica de Glicéria e seu filho, vem a público manifestar mais uma vez o seu repúdio ao tratamento dispensado por órgãos policiais e judiciais ao Povo Tupinambá. Reafirma seu compromisso em continuar apoiando a luta justa do povo pela demarcação de seu território tradicional e conclama a sociedade nacional e internacional a se manifestar em defesa da causa Tupinambá e pela imediata libertação de seus líderes.

Brasília, 3 de junho de 2010.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um dia de atividades com o Projeto Nosso Amanhã

Por: Alexandre Mendes
Fotos: Alexandre Mendes
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Tive a grande oportunidade de prestigiar, no sábado, dia 3/04, as atividades do Projeto Nosso Amanhã, dirigido Jorge Luis Vitorino, 41, auxiliar administrativo (Dedé da Martins) e José Carlos Cunha Dos Santos, 40 , segurança (Tukinha). Achei im-portante frisar que os rapazes são pessoas comuns, com empregos que garantem o sus-tento deles, isto é, não trabalham para nenhum órgão governamental e, ainda assim, encon-tram tempo para praticar boas ações. O projeto deles, o Nosso Amanhã, tem o objetivo de levar o futebol para as crianças da Martins Torres e adjacências (principalmente, para as crianças mais carentes). O trabalho deles já está na praça, há uns oito anos .
Dedé e Tukinha nos contam que nesse meio tempo, as coisas evoluíram bastante. “Antes tirávamos do nosso bolso, o lanche das crianças. Atualmente, recebemos um significativo apoio para isso.” Pude presenciar a distribuição dos lanches das crianças, após o futebol dos menores (70 pães e 20 litros de refresco, aproximadamente). Após as dez da manhã, os meninos se reuniram no centro da quadra e fizeram um círculo de oração. Fiquei impressionado com o tato deles, na forma de lidar com os meninos. Os ”tios” Dedé e Tukinha me explicaram que nem sempre foi assim; que, para se chegar a tal harmonia, foi necessário acumular experiência, de acordo com o desenrolar o Projeto.


A novidade do dia, entre os participantes, foi a promoção do aluno Everaldo, de 16 anos, para professor da escolinha. Ele, que participa do projeto desde os oito anos, diz que o Projeto é muito bom e está lhe dando rumo e segurança para seu futuro. O rapaz está se preparando para um teste, que fará no São Paulo Futebol Clube. “Estou aqui, e se necessário for, para sempre.”

O Projeto Nosso Amanhã agradece ao apoio de: Viação Araçatuba, Real Tortas, Clínica Dert, Citylar - Materiais de Construção, Padaria do Naldo, Natural e Gasosa - distribuidora de bebidas (ao amigo Francisco), D’Frutti - sacolão (ao amigo Paulo), ONG Visão Esperança ( a Senhora Marina), Lúcio da Nevada e Fabio Lucas - do Bloco Carnavalesco Um Dia Sai.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Agora, além do e-mail, temos um endereço para cartas

caixa postal 100050, Niterói, RJ, Brasil, CEP 24020-971

terça-feira, 1 de junho de 2010

O quê vale mais?

Por: Alexandre Mendes

Me lembrei da 1ª quinta feira após a tragédia ocorrida em Niterói. Eu estava em um ônibus há mais de quatro horas, vítima do boato de um suposto arrastão que sacudia a cidade. De repente, uma senhora bem vestida retrucou: “Como se nós tivessemos culpa da desgraça deles!” Refleti muito sobre o comentário dessa senhora e decidi expor minha reflexão sobre ele, nesse editorial. Os moradores das áreas consideradas "nobres" devem ter questionado em suas mentes, qual a parcela de culpa delas em um desastre catastrófico, como o que ocorreu em diversas comunidades em Niterói, nas últimas tempestades. Eu diria que o fato está ligado a palavra omissão, pois ninguém que mora em área privilegiada reclama sobre o emprego de verbas públicas em seu bairro, quando se trata de um monumento caro ou um chafariz inútil. Se faz necessário que essas pessoas impeçam, por meios legais, essas obras farônicas inúteis e reclamem o emprego da verba pública em questão, na urbanização e outras necessidades, de suma importância, nas comunidades carentes. Isso significa exercer a sua cidadania de forma consciente e fazer com que os menos favorecidos tenham acesso a sua própria cidadania.

CURIOSIDADE

POR ALEXANDRE MENDES

“[...] a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole.”

AUTO-SEGREGAÇÃO- São os chamados condomínios exclusivos, como por exemplo, os encontrados em Camboinhas ou na Barra da Tijuca. Segurança máxima; conforto e câmeras por todos os lados. Nesses lugares, tudo é feito para que os ricos possam ignorar com mais facilidade a realidade dos mais pobres.

SEGREGAÇÃO INDUZIDA: Loteamentos irregulares das periferias urbanas e favelas. Lá, a segregação é induzida pela própria pobreza, pelo menor poder aquisitivo, que força os mais pobres a se sujeitar a morar em espaços que não possuem infra-estrutura suficiente.

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001.(Pág142)

SOUZA, M.J.L. Urbanização e desenvolvimento no Brasil atual.São Paulo.Ed. Ática,1996.(Pág54

VALE A PENA CONHECER