O CONCA e a construção de uma realidade menos opressora

Texto e foto: Alexandre Mendes e Fabio da Silva Barbosa

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Kácio Alves conseguiu reunir documen-tos provando que sua família já vive há mais de 140 anos no Alto. Guelinho, Presidente do Bloco Unidos do Alto. Antônio Manoel Goes é o responsável pelo informativo Últimas do Alto.

O Conselho de Cidadania do Alto da Boa Vista (CONCA) nos recebeu para contar sobre suas lutas e vitórias. Antônio Manoel Goes e Kácio Alves são representantes desse movimento que vem fazendo a diferença nas 11 comunidades do Alto que abraçaram a idéia iniciada em 2005. "Em 2006 começamos a apresentar um trabalho mais atuante ao lado de comunidades que estavam correndo risco de despejo. A partir daí, o projeto ficou mais encorpado e promoveu alguns atos e passeatas de destaque." Lembra Kássio, um dos fundadores do Conselho. "Nossa função é mobilizar. Chamar o povo para a rua. Promovemos importantes manifestações." Completa Antônio.

Outra função do CONCA é ser um fórum permanente de debates. Toda 5ª feira, 19:00h, um grupo de aproximadamente 30 pessoas se reúne para discutir problemas que afligem aos que moram nas redondezas. Tanto Antônio, quanto Kácio, contaram que, desde o começo, apenas uma vez não houve reunião. "Foi por motivo de falecimento." Explicam.
Um dos principais problemas enfrentados é a insegurança das pessoas quanto a sua moradia. Antônio contesta com irreverência o que acontece. "É engraçado que se tem uma mansão aqui e uma comunidade carente a alguns metros e eles querem retirar a comunidade alegando degradação ambiental. Mas e a mansão? É só a comunidade que polui? E as casas de festas? Tem umas que nem estacionamento têm e isso aqui fica de carro de fora a fora." Ele destaca também que o imóvel é apenas uma das perdas. "Quando você tira uma pessoa do seu local de origem, você não tira apenas sua casa. Você tira as raízes dela. Essa pessoa tem uma história naquele lugar. Não é um simples ato de tira daqui e põe ali."