terça-feira, 25 de maio de 2010

Comunidades visitadas antes das chuvas já se apresentavam em péssimas condições

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa
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Ao lado, Jorge de Oliveira, Presidente da Souza Soares, se pronuncia emocionado: “Os olhos do poder público só se voltam para as comunidades depois que acontece uma catástrofe. Eu só queria parabenizar a população de Niterói que está dando um exemplo de solidariedade e união.”
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Colica, morador do Barreto, conta sobre os problemas do bairro
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Na sequência, José Carlos já falava, uma semana antes da catástrofe, sobre o total abandono da Chácara.
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Mais problemas na Souza
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Campinho completamente abandonado. “Espaço temos. Precisamos é de apoio para levantarmos áreas de lazer”
Jorge
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Na Souza Soares, em Santa Rosa, Niterói, fica difícil saber os estragos provocados pelas últimas chuvas e o que es-tava destruído antes, já que a comunidade vem há muito tempo reclamando das péssimas condições de ruas e acessos. Segundo o Presidente da associação de moradores local, Jorge de Oliveira, existem idosos que já não podem sair de casa devido à erosão nas ruas.
. Péssimo estado dos caminhos e o esgoto a céu aberto podem ser vistos em toda parte
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Vários postes colocados há mais de 20 anos, durante o projeto Luz na escuridão, no Governo Brizola, estão correndo risco de cair. A maioria está com a base desgastada e muitos já se encontram tombados. “Os postes de madeira, por serem muito antigos, estão pondo diversas casas em risco. Existem Postes de ferro que dão choque quando chove. Na Travessa Silvio Pinto Magaldi, antiga 654, a rede precisa ser revista. Vários fios estão embolados. Na travessa Maria Carlota não existe fase. Fica no escuro. Mas estamos confiantes que tudo terá solução, já que o último contato com a Ampla foi positivo e o senhor Albino, Diretor da empresa, disponibilizou seu telefone e garantiu que assim que melhorar a situação caótica na cidade a empresa irá atuar ativamente aqui. Inclusive trazendo projetos sociais. O superintendente Mário também está sendo muito atencioso”.
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As árvores são outra fonte de preocupação para os moradores, já que muitos tiveram prejuízos devido à queda de galhos. Lucimara Vieira de Souza reclama que o ór-gão responsável não poda as árvores e re-força a reclamação dos postes desgas-tados. “O último poste que caiu levanta-ram e deixaram sem fixar direito no Chão. Os fios ficaram pelo caminho. Os morado-res que tiraram os fios para uma criança distraída não esbarrar”. Tatá, outro mora-dor, diz que estão todos apavorados com a situação em que vive a comunidade.
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Depois da ponte improvisada as dificuldades continuam pelos caminhos
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Falta tudo no Barreto
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Colica entre o mato alto que vem tomando conta de toda comunidade
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Nascido e criado no Barreto, Colica, 55, começa a nos apresentar onde mora pelo Buraco da Bacia. “Aqui é uma Região que precisava de atenção. O esgoto e a iluminação estão entre os piores problemas enfrentados pelos moradores do Buraco da Bacia. Precisa pavimentar também. É muita coisa para fazer. Tá complicado.”, informa.
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O Buraco da Bacia
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Nas escadas de acesso aos morros do Papagaio e Marítimos o mato alto já está to-mando conta de tudo. Colica explica que eles têm apenas um gari para cuidar de toda região, o que é insuficiente e que por mais que esse funcionário se esforce, fica impossível manter tudo limpo. O recolhimento de lixo também não tem sido regular. Na Rua Dr. March ouvimos relatos de moradores que têm de passar pelo meio da rua, porque as calçadas estão cheias de lixo. “Você tem de ver como fica a pracinha do Barreto. Aquilo é uma vergonha” Declara Colica.

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Colica mostra o esgoto, que misturado a água de chuva, pode ser encontrado pela escoando pela comunidade

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Existem vários postes com luz queimada, como na Rua do Rumo, onde os moradores já pediram diversas vezes pela troca de luz e ainda não foram atendidos. Colica disse que no último contato eles asseguraram que iriam trocar.

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Caminhos utilizados pelos moradores cobertos por mato alto e sem iluminação adequada

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A falta de guarda-corpo já ocasionou a queda de uma criança, que até o fechamento deste número, ainda se encontrava internada. O acidente aconteceu na Travessa São José, onde a Rua está cedendo e a colocação do guarda-corpo se encontra pela metade.

Local onde a criança se acidentou. O Guarda corpo termina de repente.O pedestre completamente sem proteção.

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A rua Dr. March está com deficiência no abastecimento de água. Apesar do fornecimento de água não satisfazer a toda região, Colica garante que está sendo feito um trabalho para reverter a situação. “A empresa Águas de Niterói está fazendo uma ótima parceria com a gente, tentando solucio-nar as questões relativas a água. Quero até agradecer ao Dante, Leonardo, Elias, ao pessoal do atendimento telefônico que sem-pre procura ajudar... É difícil lembrar o nome de todo mundo.”
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Chácara já previa tragédias


Uma semana antes das tragédias que aconteceram com as chuvas nas comunidades de Niterói, a Chácara, no centro da cidade, estava entre os locais que percorremos para esta edição e nos apre-sentaram uma série de problemas que estavam pondo em risco seus moradores. O Presidente da associação de moradores José Carlos, o popular Budinha, 49, nos levou para um passeio por todas essas dificuldades que a comunidade vem enfrentando de longa data. A associação que cuida de duas comunidades (a Chácara e o Morro do Arroz) disse que são duas mil pessoas completamente desassistidas. .

Caminhos prejudicados
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Os postes, assim como os mostrados na matéria da Souza Soares, na página 3, foram erguidos no Projeto Luz na escuridão, do governo Brizola, há mais de vinte anos, e desde então nunca mais passaram por reparos, o que vem pondo toda a co-munidade em risco. A pavimentação e a colocação de guarda-corpos para evitarem acidentes nos acessos a casas e ruas são outro problema alarmante que nos foi apresentado na ocasião. O mato alto e a limpeza nas ruas ficam a cargo dos moradores, já que há muito tempo foi pedido um gari e até agora ninguém enviou uma pessoa para cuidar da limpeza. Já existe um projeto para montar a sede da associação de moradores, mas falta apoio para a aquisição de material. “A água e o esgoto também estão horríveis. Os moradores vêm organizando mutirões para tentar amenizar o problema das ruas que estão caindo por falta de ma-nutenção e de anos de chuva, mas precisamos de ajuda para realizar todo esse trabalho.”, esclarece Budinha.
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Um dos diversos postes caídos na Chácara

Como se não bastassem todos os problemas, ainda tem um prédio que está previsto para subir na frente da co-munidade e que irá desalojar alguns moradores que já estão no lugar há mais de trinta anos. A associação está a-guardando a notificação para começarem as conversas sobre a indenização.
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Para chegar em casa...

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Depois das chuvas voltamos a entrar em contato com a associação que nos informou haver oito famílias alojadas na creche comunitária e que a vice- presidente, apoiada por outros membros da associação, estava tentando oferecer o melhor possível para elas. Budinha nos informou ainda, que, naquele mesmo dia (08/04), aconteceria uma reunião no Morro do Estado para discutir o problema e que ele estaria presente para participar.

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Ruas e escadas em péssimo estado e tomados pelo mato

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