sábado, 10 de julho de 2010

Cultura e educação no Projeto Social Educar

Por: Fabio da Silva Barbosa
Fotos: Fabio da Silva Barbosa




Subindo pela estrada do Jacaré (primeira a esquerda, na Garganta, Niterói) encontramos problemas de pavimentação e estrutura seríssimos, mas, continuando o trajeto, chegamos ao campinho, onde Sonia Maria dos Santos, 39, promove um projeto que busca unir cultura e educação, fazendo a diferença, apesar de toda a dificuldade. O Projeto Social Educar oferece reforço escolar para diversas idades. Do 1º ao 5º ano as aulas são feitas segundas e quartas pela manhã, das 09:00h às 10:30. Na parte da tarde tem a turma de 14:00h as 15:30. A educação de Jovens e Adultos é de Segunda à Quinta de 18:00h às 20:00h. O Projeto Prazer em Ler Adolescentes funciona às sextas de 18:00h às 20:00h.
“Não tenho ajuda nenhuma. Faço por amor. Não existe patrocínio, nem interesse para educação.” Sonia

Há seis meses o projeto ganhou o prêmio Machado de Assis, pelo Governo Federal. “Fiz um projeto e concorri com o Brasil inteiro. Ganhei uma biblioteca para a comunidade. O interessante é que somos reconhecidos em Brasília, mas a Prefeitura de Niterói não tá nem aí”.
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Todo final de semana os alunos levam um livro para casa e respondem a um questionário sobre. Outra alegria é o projeto já estar atendendo mo-radores de comunidades vizinhas. Sonia disse que já tem alunos do Viradouro. “Meu sonho, além desse projeto ser reconhecido pela Secretaria de Cultura de Niterói, é expandir para outras comunidades, dando oportunidade de aprendizado a todos”.
No decorrer desses seis anos de luta Sonia conseguiu algumas parcerias interessantes, como um curso de informática para seus alunos adolescentes na Unilassale, onde está concluindo a faculdade de pedagogia. “Estou preocupada, porque me formo esse ano e conseguia fazer a festa de final de ano com apoio da minha turma. Cada aluno da minha sala se comprometia em ser padrinho ou madrinha de uma criança, dando um pre-sentinho melhor para elas”.
Quatro moradores ajudam no projeto de forma voluntária, mas as necessidades são muitas. Material escolar está entre as prioridades. Muitas crianças não têm ao menos lápis e borracha para fazer o dever. O espaço físico também é um problema. “É muito difícil fazer as coisas sem apoio. Já entramos em junho e ainda não consegui terminar de fazer a lista de presença. Tudo aqui eu tenho de elaborar. Desde as folhas de exercício, até o relatório que entrego aos pais em nossa reunião mensal. Aqui nada é obrigado. As vezes a mãe sai para trabalhar achando que o filho está aqui, mas ele não vem. Isso entra no relatório. O dia que a criança veio, o dia que ela faltou, o dia que não fez o dever...”
Existem, também, os passeios. Sonia busca sempre levar seus alunos a locais culturais, como teatros e cinemas, por exemplo. Mas levanta o problema de nem sempre conseguir os ingressos. Para finalizar, ela aproveita e agradece a todos que de alguma forma colaboram com o projeto.

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